sábado, 10 de maio de 2008

Eterno Tesouro



PRESIDENTE THOMAS S. MONSON


Um Tesouro
de Valor Eterno




Quando eu era menino, gostava de ler
A Ilha do Tesouro, de Robert Louis
Stevenson. Assisti também a vários
filmes nos quais diversas pessoas possuíam
partes diferentes de um mapa envelhecido
que lhes mostraria como chegar ao lugar
onde havia um tesouro enterrado, mas
primeiro teriam que encontrar todas as
partes e uni-las.
Lembro-me de escutar um programa de
rádio de quinze minutos todas as tardes de
segunda a sexta-feira — Jack Armstrong,
the All-American Boy (“Jack Armstrong,
o Menino Americano Ideal”). Quando o
programa começava, uma voz cheia de mistério
soava no rádio: “Encontramos agora
Jack e Betty aproximando-se da fantástica
entrada secreta do cemitério dos elefantes,
onde se acha escondido um tesouro.
Mas, esperem; o perigo ronda essa trilha”.
Nada neste mundo me faria sair de perto
do rádio naquela hora! Era como se eu
mesmo estivesse guiando a expedição
até o tesouro oculto, que era o precioso
marfim.
Em outra época e em um contexto
diferente, o Salvador do mundo falou de
um tesouro; no Sermão da Montanha, Ele
declarou:
“Não ajunteis tesouros na terra, onde
a traça e a ferrugem tudo consomem, e
onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde os
ladrões não minam nem roubam;
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará também o vosso coração”.1
A recompensa prometida não era marfim,
prata ou ouro. Nem consistia de acres de terras
ou de investimento na bolsa. O Mestre
falava de riquezas que estão ao alcance de
todos — de uma alegria indescritível aqui e
de felicidade eterna.
Gostaria de dar-lhes os três pedaços do
mapa do tesouro que os guiará à felicidade
eterna. São os seguintes:

1. Aprendam com o passado.
2. Preparem-se para o futuro.
3. Vivam o presente.


Vamos analisar cada parte desse mapa.


Aprendam com o Passado
Cada um de nós recebeu um legado — seja
de ancestrais pioneiros, de pessoas que se
converteram mais recentemente ou de outras
que ajudaram a moldar nossa vida. Esse legado
nos proporciona um alicerce forjado com
sacrifício e fé. Temos o privilégio e a responsabilidade
de edificar nossa vida sobre essas fundações
firmes e estáveis.


Preparem-se para o futuro
Vivemos em um mundo em transformação. A tecnologia
vem alterando quase todos os aspectos da nossa vida.
Precisamos lidar com esses avanços — mesmo com os
mais contundentes — em um mundo nunca sonhado
por nossos antepassados.
Lembrem-se da promessa do Senhor: “Se estiverdes
preparados, não temereis”.3 O temor é inimigo mortal do
progresso.
É necessário preparação e planejamento para que
a nossa vida não seja infrutífera. Sem um objetivo, não
existe possibilidade de sucesso verdadeiro. Uma das
melhores definições de sucesso que já ouvi é mais ou
menos assim: o sucesso é a realização progressiva de
um ideal louvável. Alguém disse que não ter um objetivo
é como passar a vida jogando no meio do campo sem
nunca marcar um gol.


Vivam o Presente
Às vezes passamos tempo demais do nosso dia de
hoje só pensando no amanhã. A nostalgia pelo passado e
o anseio pelo futuro podem trazer alento, mas não substituem
a vida no presente. É no presente que encontramos
as oportunidades e precisamos agarrá-las.
O professor Harold Hill, no famoso musical de
Meredith Willson The Music Man, advertiu: “Acumule
muitos amanhãs e vai acabar por descobrir que colecionou
muitos ontens vazios”.
Não teremos nada que lembrar amanhã se não fizermos
nada hoje, e para vivermos plenamente o presente temos
de fazer as coisas que têm maior importância. Não procrastinemos
o principal.
Lembro-me de ter lido que um homem, logo após o
falecimento da esposa, abriu a gaveta dela e lá descobriu
uma peça de roupa que ela havia comprado quando visitaram
o leste dos Estados Unidos nove anos antes. Ela
não a havia usado, pois a estava guardando para uma
ocasião especial. Agora, é claro, essa ocasião nunca
ocorreria.
Ao relatar a experiência para uma amiga, esse homem
disse: “Nunca guarde nada apenas para uma ocasião especial.
Cada dia de sua vida é uma ocasião especial”.
Essa amiga mais tarde disse que aquelas palavras
mudaram sua vida e a ajudaram a não adiar as coisas que
lhe eram mais importantes. Ela disse: “Agora, passo mais
tempo com minha família. Uso taças de cristal todos
os dias. Se tiver vontade, visto roupas novas para ir ao
supermercado. As palavras ‘algum dia’ estão desaparecendo
do meu vocabulário. Agora paro para telefonar
aos meus parentes e amigos mais próximos. Já telefonei
para velhos amigos para apaziguar antigas rusgas. Digo
aos membros da minha família o quanto os amo e procuro
não adiar nada que possa trazer riso e alegria
a nossa vida. E a cada manhã, digo a mim mesma que
este pode ser um dia especial. Cada dia, cada hora, cada
minuto é especial”.
Um exemplo maravilhoso dessa filosofia foi dado
por Arthur Gordon há muitos anos em uma revista. Ele
escreveu:
“Quando eu tinha cerca de treze anos e meu irmão
dez, papai prometeu levar-nos ao circo; mas, na hora do
almoço, alguém telefonou e lhe disse que um negócio
urgente exigia a presença dele na cidade. Preparamo-nos
logo para a decepção; foi aí que o ouvimos dizer ao telefone:
‘Não, não vou. Isso vai ter de esperar’.
Quando ele voltou à mesa, mamãe sorriu e disse: ‘Você
sabe que o circo sempre volta’.
‘Sei’, papai respondeu, 'mas a infância, não’.”



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